Uma das decisões mais impactantes (e perigosas) para qualquer empresa no Brasil é a escolha do regime tributário. Escolher errado pode significar pagar muito mais imposto do que deveria — ou, pior, cair na malha fina.
Neste artigo, vamos destrinchar as diferenças entre Lucro Presumido e Lucro Real, explicar quando optar por cada um e mostrar como essa escolha pode afetar diretamente seu caixa.
O que é Lucro Presumido?
É um regime simplificado em que o governo presume o lucro da empresa com base em sua atividade. A base de cálculo para IRPJ e CSLL é fixa, mesmo que a empresa tenha lucrado menos (ou até tido prejuízo).
📌 Ideal para empresas com alta margem de lucro e baixo custo operacional.
Vantagens:
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Menos burocracia na apuração.
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Menor risco fiscal.
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Custos contábeis mais baixos.
Desvantagens:
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Se o lucro real for menor que o presumido, você paga imposto sobre algo que não ganhou.
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Não permite dedução ampla de despesas.
O que é Lucro Real?
É o regime em que a empresa paga tributos sobre o lucro efetivamente apurado, levando em conta todas as receitas e despesas.
📌 Recomendado para empresas com margens apertadas, muitas despesas dedutíveis ou receitas variáveis.
Vantagens:
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Possibilidade de deduzir diversas despesas.
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Tributação justa sobre o que a empresa realmente lucra.
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Obrigatório para empresas com faturamento anual acima de R$ 78 milhões ou em certas atividades (financeiras, por exemplo).
Desvantagens:
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Maior complexidade e obrigações acessórias.
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Fiscalização mais intensa.
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Custos contábeis mais altos.
Como escolher entre Lucro Presumido e Lucro Real?
Não existe resposta mágica. A escolha depende de:
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Faturamento anual
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Margem de lucro real
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Volume de despesas operacionais
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Possibilidade de aproveitar créditos fiscais
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Riscos e passivos ocultos
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Complexidade operacional
📊 Exemplo prático:
Uma empresa que fatura R$ 2 milhões por ano e tem margem de lucro de 12% pode pagar menos impostos no Lucro Presumido, pois a presunção é de 8% a 32%.
Mas se essa margem for de 4% e tiver muitas despesas dedutíveis? O Lucro Real passa a ser mais vantajoso.
Erro comum: escolher pelo “achismo”
Muitos empresários optam pelo regime com base em “conselhos de amigos” ou pelo que parece mais simples. E aí está o perigo. O barato pode sair caro — e em alguns casos, ser fatal para o fluxo de caixa da empresa.
Conclusão
A melhor forma de escolher o regime tributário é com planejamento tributário personalizado, feito por um contador estratégico. A economia pode chegar a 30% ou mais da carga tributária anual — e tudo dentro da lei.




